quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cavalo Puro Sangue Lusitano




Cavalo Puro Sangue Lusitano



Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos e Romanos o reconheceram como o melhor cavalo de sela da antiguidade.
Cavalo de "sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro Sangue Lusitano é o produto de uma selecção de milhares de anos, o que lhe garante uma "empatia" com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna.
Seleccionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase todas as modalidades do moderno desporto equestre, confrontando-se com os melhores especialistas. No limiar do ano 2000 o Puro Sangue Lusitano, volta a ser procurado como montada de desporto e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras qualidades de carácter e antiguidade genética.
A sua raridade resulta de um pequeníssimo efectivo de cerca de 2000 éguas produtoras. Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil 600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América.
Hoje o efectivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa e no Brasil, onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade. Entre nós, a qualidade geral da produção tem aumentado muito,e tudo leva a crer que se venham a estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e assegurando a sua vitalidade.
No século XXI, O Puro Sangue Lusitano será sempre o cavalo por excelência para a Arte Equestre e para o Toureio, mas, para além de ser o cavalo que dá maior prazer montar, continuará a surpreender pela sua natural aptidão para os obsctáculos, e para o Ensino e Atrelagem de Competição.
A institucionalização oficial do Stud-Book da Raça Lusitana, foi sem dúvida, um passo decisivo, no progresso da mesma, ao condicionar a admissão de reprodutores aos requisitos mínimos do respectivo padrão, dando origem a um generalizado e criterioso trabalho de selecção, facultando o conhecimento aprofundado das geneologias, permitindo perpetuar e tirar partido das linhas formadas a partir da insistência em determinados reprodutores (emparelhamento em linha).
Aliás para um processo zootécnico eficaz e relativamente rápido há que recorrer à selecção e à consanguinidade, sendo esta de evidente vantagem em aspectos que interessam ao criador, nomeadamente na pureza e uniformidade da raça e na consequente prepotência dos reprodutores obtidos.



Caracteristicas do cavalo Lusitano



1 - Tipo: eumétrico (peso cerca dos 500 kg); mediolínio; subconvexilínio (de formas arredondadas) de silhueta inscrítivel num quadrado.
2 - Altura: média ao garrote, medida com hipómetro aos 6 anos: fêmeas - 1,55 m; e machos - 1.60 m.
3 - Pelagem: As mais frequentes são a ruça e a castanha em todos os seus matizes.
4 - Temperamento: nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor.
5 - Andamentos: ágeis e levados projectando-se para diante, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro.
6 - Aptidão: tendência natural para a concentração, com grande predisposição para exercícios de Alta Escola e grande coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta (combate, caça, toureio, maneio de gado, etc.).
7 - Cabeça: bem proporcionada, de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares), olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes.
As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas.
8 - Pescoço: de comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base, e bem inserido nas espáduas, saindo do garrote sem depressão acentuada.

9 - Garrote: bem destacado e extenso, numa transição suave entre o dorso e o pescoço, sempre levemente mais elevado que a garupa.
Nos machos inteiros fica afogado em gordura, mas destaca-se sempre bem das espáduas.
10 - Peitoral: de amplitude média, profundo e musculoso.
11 - Costado: bem desenvolvido, extenso e profundo, com costelas levemente arqueadas, inseridas obliquamente na coluna vertebral, proporcionando um flanco curto e cheio.
12 - Espáduas: compridas, obliquas e bem musculadas.
13 - Dorso: bem dirigido, tendendo para o horizontal, servindo de traço de união suave entre o garrote e o rim.
14 - Rim: Curto, largo, musculoso, levemente convexo, bem ligado ao dorso e à garupa com a qual forma linha contínua e perfeitamente harmónica.
15 - Garupa: forte e arredondada, bem proporcionada, ligeiramente oblíqua, de comprimento e largura de dimensões idênticas, de perfil convexo, harmónico e pontas das ancas pouco evidentes conferindo à garupa uma secção transversal elíptica.
Cauda saindo no seguimento da curvatura da garupa, de crinas sedosas, longas e abundantes.
16 - Membros: braço bem musculado, harmoniosamente inclinado.
Antebraço bem aprumado e musculado.
Joelho seco e largo.
Canelas sobre o comprido, secas e com tendões bem destacados.
Bolêtos secos relativamente volumosos e quase sem machinhos.
Quartelas relativamente compridas e obliquas.
Cascos de boa constituição, bem conformados e proporcionados, de talões não muito abertos e coroa pouco evidente.
Nádega curta e convexa.
Coxa musculosa, sobre o curto, dirigida de modo a que a rótula se situe na vertical da ponta da anca.
Perna sobre o comprido, colocando a ponta do curvilhão na vertical da ponta da nádega.
Curvilhão largo, forte e seco.
Os membros posteriores apresentam ângulos relativamente fechados.